A Câmara Municipal de Campos realizou nesta sexta-feira (12) mais uma audiência pública para discutir a segurança no município. A iniciativa foi do vereador Albertinho, que presidiu a reunião. Várias entidades ligadas à segurança pública estiveram presentes. A última audiência aconteceu em junho deste ano, a pedido da 12ª Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/Campos). O parlamentar propôs a instalação de uma Companhia Independente de Polícia Militar, em Guarus.
O presidente da Câmara, vereador Edson Batista, abriu os trabalhos. “Torço para que seja feito um diagnóstico preciso para que possamos virar essa página ruim da violência em nosso município”.
Em seu discurso, Albertinho ressaltou que o objetivo do encontro não era o de criticar, mas ajudar na busca de soluções. Ele disse ter percorrido várias localidades de Campos, principalmente de Guarus, e notou a ausência da polícia em muitas delas. “Sabemos que tem escolas com toque de recolher e isso nos preocupa. Minha proposta é solicitar ao governador Luiz Fernando Pezão a criação de uma Companhia Independente de Polícia, em Guarus, uma espécie de batalhão”.
Delegado titular da 146ª Delegacia Legal (Guarus), Carlos Augusto, explicou que, se houvesse de 10 a 25 policiais a mais, seria possível instalar um Núcleo de Homicídios naquela região. Ele criticou o estado precário das delegacias no município, além da falta de policiais e viaturas.
“Isso caracteriza um desserviço à sociedade. Felizmente, fomos informados que na próxima semana uma equipe do Estado virá a Campos para vistoriar as delegacias”, afirmou o delegado, destacando que a DP de Guarus é a décima do estado em número de homicídios, segundo levantamento da Polícia Civil.
Já Geraldo Rangel, delegado titular da 134ª Delegacia Legal (Centro), mencionou a última audiência, realizada há seis meses, e afirmou que não adianta só debater, mas colocar as ações em prática. “Defendo que façamos um comparativo entre os dias atuais e os últimos 10 anos para saber se melhorou. Não vejo a situação tão alarmante como falam quando faço essa comparação. Homicídios vão acontecer sempre e o que deve ser feito é trabalhar para reduzir os índices. Como evitar um crime como o que ocorreu no Shopping Boulevard. É um problema de polícia ou social?”, indagou ele, se referindo ao assassinato da jovem Eliene da Silva Carvalho, 23 anos, após uma tentativa de assalto no dia 13 de novembro.
Representando a prefeita Rosinha Garotinho, o secretário da Paz e Defesa Social, Francisco Melo, defendeu uma maior participação da população na discussão. “A sociedade não pode se omitir, precisa comparecer para debater e sugerir propostas”, disse ele, destacando que já está em fase de conclusão pelo município um diagnóstico da violência, envolvendo jovens. “Essa ideia surgiu após a última audiência aqui mesmo na Câmara”.
Comandante do 6° Comando de Policiamento de Área, o coronel Lúcio Flávio Baracho de Sousa fez uma explanação, com números, da atuação da Polícia Militar. Segundo ele, o 8º Batalhão de Polícia Militar (8º BPM) é o que mais apreende armas no estado. “Existe um estudo que aponta que a cada 18 armas apreendidas, uma vida é preservada”, disse ele, destacando que 70% dos homicídios estão ligados ao tráfico de drogas. “Na área central, 29,5% dos homicidas são jovens de 13 a 17 anos. Já em Guarus, as vítimas são jovens nessa idade”.
Integração – Já o novo comandante do 8º BPM, tenente coronel Marcelo Fredman, disse que vai se dedicar ao trabalho para levar a paz à sociedade de Campos buscando integrar a comunidade ao nosso trabalho. “Sou elemento de integração. Segurança pública é dever do estado, mas responsabilidade de todos”.
O vereador Fred Machado afirmou que vai apresentar, na próxima sessão ordinária, uma indicação legislativa propondo o aumento do número de câmeras na cidade. A proposta foi bem aceita pelas autoridades policiais. Também estiveram presentes, os vereadores Mauro Silva, Kellinho, Rafael Diniz e Marcão, além do advogado Djalmo Tinoco, vice-presidente da Organização Integrada de Segurança Cidadã, uma Ong criada recentemente para cooperar com ações de prevenção à criminalidade.
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