A iniciativa de oferecer acesso à lei máxima do município aos deficientes foi do presidente da Câmara, vereador Edson Batista, que decidiu atender à solicitação de um frequentador assíduo das sessões, o radialista e servidor público Valdir Rodrigues, 59 anos.
Valdir, que é deficiente visual, conta que encaminhou ofício à presidência enquanto 2º vice-presidente da Associação dos Deficientes Visuais de Campos (ADVC). “Fico feliz em saber que meu pedido será atendido”, disse ele, que há mais de 20 anos comparece às sessões plenárias.
Para formalizar a parceria, a chefe da Biblioteca Virtual da Câmara, Dilcea Smiderle, esteve reunida no educandário com a pedagoga institucional Maria Tereza dos Santos Ramalho e a assistente social Geovana Gomes Neves.
Segundo Dilcea, o texto da LOM será reproduzido em braile e áudio. “Inicialmente serão produzidos dez exemplares que estarão disponíveis na sede do Legislativo, no próprio Educandário e na futura biblioteca que a Câmara vai inaugurar no dia 21 de outubro, chamada Campistana”.
Ela explicou que por meio do sistema Dosvox, adotado pelo educandário, os arquivos de texto são transformados em braile e enviados a uma impressora especial que reproduz os pontos.
O sistema braille é um processo de escrita e leitura baseado em 64 símbolos em relevo, resultantes da combinação de até seis pontos dispostos em duas colunas de três pontos cada. A leitura é feita da esquerda para a direita, ao toque de uma ou duas mãos ao mesmo tempo.
O código foi criado pelo francês Louis Braille (1809 – 1852), que perdeu a visão aos três anos e criou o sistema aos 16. O Brasil conhece o braile desde 1854, data da inauguração do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, chamado, à época, Imperial Instituto dos Meninos Cegos.
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