23/01/2012

Homenagem a Leonel Brizola




I
A noite cortou o silêncio
Na pampa ouviu-se um berro
Naqueles tempos em que o ferro
Na forja virava adaga
Um menino e uma saga
Solito se veio ao mundo
Nas plagas de Passo Fundo
Em São Bento, Carazinho
Ali ele cresceu sozinho
A própria sorte do mundo
II
O pai morreu na trincheira
Na revolta em 23
E o guri com poucos meses
Foi se criando ao relento
Leonel Rocha e seu regimento
Lhe inspiravam a coragem
Um trem e se foi de viagem
Pra capital, em Viamão
Foi buscar na educação
P’ro futuro uma passagem
III
Bem moço em 46
Foi Deputado Estadual
Prefeito da Capital
E do Estado Governador
E pra mostrar seu valor
Com uma votação sem igual
Foi Deputado federal
Da Guanabara, no Rio
Onde depois com brio
Fez dois governo estadual
IV
O Brizola foi destes tauras
Que nunca dobrou a espinha
Tal qual um galo de rinha
Era bom de pua e bom de bico
Trancou o pé até com os milico
E nem no exílio frouxou o garrão
Com argumentos e co’a razão
E as armas de suas idéias
Ia ganhando platéias
De microfone na mão
V
Quem não lembra dos teus feitos
No ato da legalidade
Com a razão e com a verdade
Tendo o povo do teu lado
No palácio entrincheirado
Deu mostras de valentia
De coragem e fidalguia
Cumprindo a Constituição
Dando provas a nação
De amor a democracia
VI
Quem não lembra de teu gesto
De grandeza e doação
Quando abristes mão
De mil hectares de herança
E doastes aos jovens, as crianças
As famílias dos sem terra
Dando trégua nesta guerra
Iniciando a Reforma Agrária
E por esta ação visionária,
Tu és o pai dos Sem Terra
VII
Quem não lembra das tuas obras
Da estrada da produção
Quando da encampação
Da CRT, da energia
E quando tu construía
Mais de seis mil Brizoleta
Dando o sinal, dando a letra
Da importância do ensino
O BRDE, a Aços Finos
Deu bom o aluno da ETA
VIII
No Rio não foi diferente
Nos dois governos estaduais
Com mil obras sem iguais
Os Centros Integrado de Ensino
Os CIEPS, onde os meninos
Estudam em tempo integral
O sambódromo p’ro carnaval
Um templo para cultura
A linha vermelha, cuja estrutura
É o maior referencial
IX
Líder de três gerações
Do avô, do pai e do filho
Cuja história e o brilho
Eu trago na minha mente
Se te faltou ser Presidente
Foi por combater “interésse”
E isso a gente reconhece
Que quem perdeu foi o povo
Mas se tu voltasse de novo
Ia ser, pois tu merece!
X
Que coisa linda Tio Briza
Que o governador o engenheiro
Que o maior dos brasileiros
Engraxou e carregou malas
Que este xirú das falas
ITAGIBA de batismo
Deu origem ao Brizolismo
E a pátria um novo conceito
E a seu modo e do seu jeito
Deu vida pro trabalhismo
XI
Até me custa acreditar
Que tu te fostes Brizola
Se aqui na minha cachola
Te tenho vivo na mente
Se conosco estás presente
Em cada CIEP, na escola
Nas fotos, nas bandeirolas
Nas obras de teu legado,
No governo de dois estado
Tu estás bem vivo Brizola
XII
Mas já que te fostes caudilho
Assim no mais, sem barulho
Te junta aí com o GETÚLIO
Com o JANGO, com o PASQUALINI
E por favor nos ensine
As lições do catecismo
Dê-nos coragem e civismo
E não nos deixe sozinho
Ilumine nossos caminhos
Para honrar o TRABALHISMO
Por: Pompeu de Matos

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