A medida foi tomada após o Estado revelar que cerca
de 90% das verbas antienchente da Integração foram aplicadas em
Pernambuco, a despeito dos estragos provocados pelo verão chuvoso em
outros Estados.
Em reunião convocada às pressas na terça-feira, 3, a ministra da Casa
Civil, Gleisi Hoffman, que interrompeu a semana de férias no Paraná, a
pedido da presidente, voltou ao Palácio do Planalto para tratar da
questão com técnicos do ministério e da Defesa Civil.
Dilma conversou por telefone com Gleisi logo cedo, mostrando-se
preocupada com as chuvas e com a ação do governo. Àquela altura a
presidente já havia telefonado a Antonio Anastasia (PSDB), governador de
Minas Gerais, onde há 52 municípios em situação de emergência.
Minas. Anastasia evitou críticas ao ministro
Fernando Bezerra e disse que ele foi "extremamente amigo" de Minas,
"trazendo convênios e obras importantes". "O governo federal está
sensível. Tenho certeza que os ministérios vão nos ajudar. Foi o que a
presidente me disse hoje."
O telefonema da presidente ao governador tucano não foi o único sinal
da disposição do Planalto de impor limites à prática já tradicional da
distribuição paroquial das verbas antienchente, em que ministros
privilegiam sua base eleitoral. No governo Lula, foi o ministro baiano
Geddel Vieira Lima (PMDB) quem concentrou na Bahia a grande maioria dos e
investimentos.
Como chefe da Casa Civil, Gleisi foi escalada para fazer a mediação
técnica com o ministério neste ano de eleição municipal. A presidente
preferiu deixar tudo nas mãos de sua ministra. Não se deu ao trabalho de
procurar sequer Bezerra para questioná-lo sobre suas escolhas de
investimentos.
Por: Estadao
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